quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

A ameaça xenobiótica: Paracentrotus lividus e a Barrinha de Esmoriz


Com este projecto pretendeu-se implementar e testar um modelo de estudo para ecossistemas lagunares e estuarinos, como a Barrinha de Esmoriz/Lagoa de Paramos, utilizando bioensaios de toxicidade desenvolvidos em ouriço-do-mar, da espécie Paracentrotus lividus. O trabalho centrou-se na realização de um estudo metodológico concebido para disponibilizar dados que confirmem a eficácia em P. lividus de novos testes que permitam discriminar a biodisponibilidade de poluentes específicos. Para além dos testes de referência aplicados nos bioensaios com ouriço-do-mar, como os testes de fertilização e de toxicidade induzida nos espermatozóides e nos embriões, a pesquisa integrou novos testes de toxicidade induzida nos oócitos envolvendo a avaliação de parâmetros citológicos e embriológicos clássicos e de novos parâmetros citogenéticos - alteração da actividade mitótica e presença de células com evidência de necrose e apoptose. Testaram-se quatro dos poluentes que contaminam o sedimento e as águas da BE /LP, PCBs e iões
 As3+, As5+ e Mn2+. Como fonte de PCBs utilizou-se Aroclor 1254. Para todos os tóxicos foram testadas três concentrações distintas, de modo a simular os efeitos da biodisponibilidade dos poluentes actualmente acumulados na BE / LP e da sua hipotética bioacumulação. Os resultados comparativos da toxicidade induzida por bifenis p
oliclorados (PCBs) e pelos iões As 3+, As5+ e Mn2+, disponibilizados pela implementação deste modelo
, confirmam a eficácia de todos os testes e mostram que alguns são bastante específicos. A relevância destes resultados poderá traduzir-
se na possibilidade de se discriminar a biodisponibilidade de alguns poluentes em projectos de biomonitorização de ecossistemas marinhos poluídos.